quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Oi

Oi.

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domingo, 9 de maio de 2010

O molho de tomate que deu certo

Hoje eu fiz um molho de tomate e deu certo.

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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Também não serve como sobremesa

A gelatina é a maior enganação da história da indústria de alimentos. Além de passar uma falsa sensação de refrescância, preciso comer oito delas pra me sentir satisfeito. O inventor da gelatina merece um grande troféu por conseguir enganar tanta gente por tanto tempo. É claro que se alguém me oferecer uma gelatina, eu não vou recusar. Vou comer, raspar o potinho, mas depois vou acabar bebendo água, inevitavelmente, e comendo, inevitavelmente. Pra que serve a gelatina então? Sempre me sinto um idiota comendo uma gelatina, exceto nos feriados, pois acho que gelatina é uma coisa que combina muito com feriados.

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sábado, 31 de outubro de 2009

Terrivelmente esfreguinético

Poucos sabem, mas tenho muita vontade de escrever um roteiro para o cinema. Na verdade acho que ninguém sabe, porque nunca contei pra ninguém. Agora venho a público para anunciar: o projeto ainda não está em andamento. Mas isso não é problema, pois pretendo começar já em 2012. Quero dar ao roteiro aquela aura um pouco mais sofrida, e como a vida consiste em sofrimento e prazer, creio que em 2012 terei sofrido mais do que hoje, por exemplo. Aproveitando essa coisa de procrastinar as coisas, já decidi que meu protagonista também será um grande procrastinador. Acho até que o filme terá duas partes, pois algumas coisas não ficarão resolvidas até o final do filme. Pode até ser uma triologia, aproveitando o grande sucesso que as trilogias tem feito ultimamente, assim deixaria pra resolver os conflitos do personagem só na terceira parte, imprimindo um caráter ainda mais tenebroso e terrivelmente esfreguinético, regido por vícios orais neologistas.

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sábado, 12 de setembro de 2009


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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Imune

Ao chegar, peguei o trim e cortei as unhas do pé esquerdo. Como sempre, esqueci as unhas no chão. O vento soprou as unhas para o quintal da casa do lado e por lá vi nascer uma unheira. Suas raízes pneumatóforas eram claramente dedos de pé direito (com o dedão apontando para 10NE), seus galhos pareciam pernas, suas folhas configuravam pêlos, seu tronco era um tronco e sua copa uma cabeça. Na cabeça se penduravam alguns estouvados miolos acinzentados que fundamentavam a situação. Eu nasci e fiquei me olhando, esperando que fizesse alguma coisa comigo mesmo. Mas comecei a me estrebuchar e os reumatismos se personificaram em mais reumatismos, os movimentos de ataque de xadrez foram anulados por uma defesa de xadrez muito bem treinada outrora em um campeonato mirim sem pontuação da Serra da Mantiqueira. Foi então que resolvi ouvir uma malaguenha. À espera de que um simples peido acabasse com tudo, enviei uma carta de intenções que foi prontamente devolvida, com meu primeiro nome no campo de remetente e meu sobrenome no campo de destinatário. Aí eu bati um tiro de meta e fiz um golaço no ângulo esquerdo, o qual não pude alcançar porque faltou feijão.

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sábado, 15 de agosto de 2009

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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Otis

A situação do elevador é muito surreal. Quando morava em um apartamento no 1º andar, tudo era muito simples: entrava, dizia oi pra pessoa, suspirava e saía. Agora, morando uns bons andares pra cima do 1º, tenho que enfrentar aquele silêncio percussionado com barulho de respiração alheia. Fica fácil perceber neste pequeno ambiente se um desconhecido tem desvio de septo.

Essa reflexão resgata lembranças da infância, quando eu combinava com um amigo de entrar no elevador pra dar risada da cara da pessoa que subia ou descia junto. Eu lembro que várias vezes interrompi o futebol só pra fazer isso. Não importa se era idoso, grávida, surdo, todos eram alvos. A maioria ficava indiferente, mas alguns ficavam incomodados. Um velho ranzinza uma vez ficou nervoso e começou a vociferar sua rouquidão contra nossos 1,40 de altura. Fato que só estimulou a aplicação dessa nobre atividade por muito tempo, até eu me mudar do prédio e entrar no mundo silencioso dos elevadores Atlas Schindler.

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terça-feira, 28 de julho de 2009

Fui tirar sangue ontem. Uma enfermeira sádica (nenhuma foge à regra) tirou o meu sangue. Mas ela teve alguns problemas pra tirar o sangue: o tal do sangue não saía. A agulha enfiada no meu braço direito já doendo, e o sangue optando por não sair naquele momento.
- É normal? - eu disse.
- Olha, não, mas às vezes a agulha gruda no vaso, faz um vácuo, aí o sangue não vem.
-Tenta no braço esquerdo, moça.
Ela então começou de novo. Dessa vez eu não olhei pro braço. Perguntei:
-E aí, tá saindo agora?
-Não, então...
-NÃO??-gritei, assustado, já imaginando como seria viver sem sangue e calculando minhas horas de vida.
-Não, tá sim! Não entendo porque no outro braço não saía...
-Ah, então TÁ SAINDO?
-Não, tá sim!

É condenável esse péssimo hábito de dizer não antes de uma afirmativa positiva.

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terça-feira, 30 de junho de 2009

Cons(c)erto em Lá#

Ontem mesmo tive uma brilhante idéia: me especializar em consertar alguma coisa. Sempre tive admiração pelo ato de consertar coisas. Mas parou por aí. Não sei consertar nenhum objeto. Relógio, fivelas de cinto, mouse, caixinha de música, liquidificador, nada. A única coisa que sei consertar é o tom da música, quando alguém canta errado. Mas ouvi falar que o último consertador de tom apareceu boiando em um rio da Áustria.

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Just like the nose

Tem uma coisa que acaba com o meu dia: quando um filho da puta para seu carro em uma vaga de estacionamento QUE NEM O NARIZ. Ele vai e deixa um pedação da sua barca (geralmente Vectra, Fusion, todos brilhosos) na vaga que vou parar, ocupando portanto duas vagas. Quando vejo uma infelicidade dessa já começo a xingar e me recuso a parar de xingar por 20 minutos ininterruptos, tenho vontade de chutar o carro dele, desferir golpes de adaga no pára-brisa do filho da puta, furar os pneus, riscar sua porta, arrancar a placa. Mas logo tudo passa assim que acho outra vaga, depois tomo uma água e fico calmo. Sou um sujeito sereno tentando me livrar dessas vicissitudes provocadas por imbecis. São esses mesmos beócios que falam alto no cinema, outra coisa que me dá úlceras bolhosas instantâneas de tanto nervoso.

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domingo, 10 de maio de 2009

Meus planos de comprar um ukulele e fazer sucesso com o mesmo têm sido contaminados por uma idéia que vai além da minha capacidade, porém não além de minha vontade: quero criar um novo instrumento. A princípio posso dizer que o instrumento contará com uma colher de sobremesa. E por enquanto isso é tudo que posso contar sobre meu novo instrumento, que deve ter um nome curto e provocador, fazendo jus ao seu som dilacerador e fustigador.

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sexta-feira, 1 de maio de 2009

Crocante

Os anos que vivemos não são mais os anos pra se viver. São todos eles pedaços de bombom da Garoto com uma crosta suave de papel higiênico Neve. Têm cheiro de desodorante Axe Instinct e textura de papel Canson. São daqueles anos que nós embrulhamos e jogamos num lixo de recicláveis, sem a dor do ano ampulhetado, com o aroma de chorume vivido. São bosteados, com pontas de boleto bancário e torrone diet, com lágrimas vitorianas encalacradas em borbulhas de amor do Fágner.

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sábado, 21 de março de 2009

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terça-feira, 17 de março de 2009

Decisão sem volta: vou comprar um Ukulele. Aguardem sentados o meu sucesso.

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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Quando um sujeito canta uma música, outro sujeito pode querer cantar junto, só que mais grave. Outro pode querer cantar junto, só que mais agudo. Mas tem sempre um idiota que pode chegar querendo fazer a famosa segunda voz. A harmonia pode se dar com a "terça" ou com a"quinta", mas muitos acabam ficando no meio do caminho. Subestimem os sertanejos, mas apenas eles fazem isso com a maior naturalidade, é fisiológico. Quando pequerruchos, ficavam lá plantando tomates, colhendo caquis e tocando os bezerros enquanto a segunda voz saía pelos seus respectivos cotovelos cascudos.

Venho investindo no ramo da segunda voz e confesso que o sucesso não virá tão cedo. Por ser muito difícil, eu consigo em apenas 18% das tentativas. Mas me falaram que o número 18 na numerologia até que é bom.

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sábado, 14 de fevereiro de 2009

Tira a calça jeans, bota o fio dental

"Marrom Bombom" é um clássico que marcou a história da música brasileira. Há quem diga que é de uma tremenda cafonice, mas vos digo sem medo de ser feliz: é uma música cheia de alternativas. Primeiramente é bom corrigir um grave erro: todos acham que é do Raça Negra, quando na verdade é do incrível grupo Os Morenos, também autor de outras pérolas como "Golpe do Baú", "Ardente Paixão" e "Casal Sem Vegonha". A grande proeza dessa música executada em Lá Maior é que ela poderia dar origem a outras duas músicas. Não é todo dia que alguém cria uma música siamesa. Note:

1 - "Tira a calça jeans / Bota o fio dental / Morena você / É tão sensual..."

Veja esse refrão, um belo refrão né?. Pois bem, ainda não é o refrão. É apenas uma grande preparação pra hora do marrom, tornando-se coisa muito comum as pessoas se confundirem, achando que esse é o refrão.

2 - "Na areia nosso amor / No rádio o nosso som / Tem magia nossa cor / Nossa cor marrom"

Essa é apenas uma transição para o grande refrão.

3 - "Marrom bombom.../ Marrom bombom / Marrom bombom / Nossa cor marrom..."

Eis o grande refrão que ecoou no Brasil na década de 90. Fácil de decorar, até um fanho consegue cantar a letra sem errar. Percebe-se que a música trata do orgulho de ser marrom e é cantada por todo tipo de raça, seja branco, seja amarelo, seja rosa, mostrando portanto que é uma canção de cunho unificador, com importante função no combate ao racismo. Um exemplo de música com dois refrões, que deve ter sido criada em dois minutos depois de duas pingas.

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

vulcao45

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ondas de chuva torrencial têm tomado conta do condado campineiro, assustando até os mais descolados esquizofrênicos. Hoje uma longa sequência de raios me deixou elétrico, me sentia ionizado e feliz. Vi uma árvore colossal caída cortando uma rua pela qual passo todo dia, bem em um ponto do percurso que sempre reduzo por conta da lombada e então pensei, estarrecido, sobre qual espécie de árvore seria aquela. Cogita-se no meio botânico ao qual tenho acesso que seja uma figueira, sinal de que preciso raspar a cabeça de novo.

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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fasciculações

Ultimamente venho tendo inscessantes fasciculações. Fasciculações são tremores leves do músculo, quase espasmos. Começaram na pálpebra, em um período de provas da faculdade. Pensava que eram meus olhos se mexendo, atormentei-me, mas um dia flagrei no espelho as pálpebras fasciculando. Aprendi a administrar minhas fasciculações palpebrais. Foi então que em um belo fim de semana, depois de tanto espirrar em decorrência de uma gripe infeliz, minhas fasciculações na pálpebra simplesmente pararam. Fiquei tão feliz que comecei a sentir fasciculações em todo o meu corpo. Na coxa, nos ombros, no abdome, no nariz, na testa, na bochecha, umas 6 por minuto. Acabei de ter uma no pé direito. Já fiz até um exame, que nada acusou, mas essas fasciculações estão me deixando realmente perturbado. Uma mãe grávida de óctuplos não sente tantas fasciculações na barriga como eu venho sentindo no meu corpo. Tenho certeza de que quando tudo isso terminar, vou soluçar ininterruptamente por 3 anos, até levar um susto com uma laranjeira nascendo por entre os espaços do meu canal auricular direito.

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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O queijo. O que seria de nós sem o queijo?

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sábado, 20 de dezembro de 2008

A camiseta é a vestimenta oficial do homo sapiens. Antes do grande apocalipse desencadeado pelo torpedo de um Motorola, a camiseta terá sido a roupa que mais vestiu o homem desde suas primeiras canalhices há 200.000 anos.

Em verdade vos digo, lojas nunca souberam fazer camisetas que prestassem. Mas após um longo e tenebroso inverno nas trevas da estética camiseteira, eis que algumas fábricas resolveram estampar melhor a nossa segunda pele. Por "estampar melhor", entenda estampar POUCO. Isso me deixou muito feliz e esperançoso, pois assim poderei renovar minha reduzida frota de camisetas, sem estampas em sua maioria. A minha camiseta toda verde será finalmente deixada de lado e a vermelha poderá descansar em paz junto com a amarela surrada, na última gaveta, também conhecida por Gaveta das Renegadas.

Desnecessário dizer que uma camiseta inteira branca deixa todas as outras no chinelo.

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

As férias fazem bem: acabei de ver 3:10 to Yuma, faroeste de 2007 que se coloca como exceção de faroeste moderno e bom (essas duas características não costumam dar as mãos no gênero) . A justiça é mesmo uma das maiores interrogações da nossa existência e eu sigo firme e forte na convicção de que nunca houve e nunca haverá justiça. É um conceito mal inventado pra dividir a pizza, que no fim das contas é sempre dividida em pedaços maiores e menores.

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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Morri na contramão atrapalhando o tráfego

Certa vez um mecânico de Votuporanga apregoou em sua oficina: "Rodrigo, há dois tipos de pessoas na humanidade: as que já foram atropeladas, e as que ainda serão atropeladas." Eu estava invicto, mas não teve jeito: hoje eu fui atropelado. A faceta simbólica com ênfase na sociologia de Durkheim concernente ao ato do atropelamento não será desenvolvida aqui, longe disso. Mesmo porque não acredito que essa faceta exista. O ocorrido: um carro passou a 10 km/h e uma de suas rodas esmigalhou meu pé direito, o mesmo que eu utilizo pra chutar a bola. Na verdade todas as funções do pé direito foram preservadas, excetuando-se o fato de umas manchas vermelhas terem aparecido, as quais dentro de alguns meses devem se transformar em varizes tortuosas e saculares, seguindo um padrão estrutural Goodyear.

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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Moto

Diz um grande ditado: "Nunca deixe de comprar pão francês quando chove mais de 15mm durante a noite". Não sou muito de desrespeitar ditados e fui comprar pão, mas de carro. Estacionei o veículo sem precisar fazer baliza (não havia nada, nenhum veículo, carruagem, charrete, ou MOTO atrás do meu carro quando saí). Fui correndo, comprei um suculento Tang de tangerina e um pertinente Nescau Barra para sobremesa. Voltei pro carro correndo, dei a partida, a ré, e foi então que a tragédia se sucedeu: não percebi uma MOTO estacionada atrás do meu carro e a derrubei. Ouvi aquele som de quando algo se espatifa, pensei ser um galho, mas galhos não disparam alarme. Três sujeitos saíram de uma academia, dois marombados (um deles parecia um búfalo) e um franzino. O dono da moto era o franzino.

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domingo, 26 de outubro de 2008

Nem Kassab, nem Marta

Piscinas alheias me apetecem. Como sou eleitor paulistano e não vivo em São Paulo, fui justificar meu voto em um colégio particular, possuidor de uma piscina estupenda, enorme e sem turbidez. Justifiquei o voto, mas minha vontade de nadar naquela piscina continuava acesa, estapeando-se com meu pudor, em uma batalha vencida pelo último. Notei que não era vontade de nadar que sentia, mas sim vontade de nadar NAQUELA piscina, que devia ter um pH recomendado, uma alcalinidade perfeita, uma temperatura ideal. Era o proibido imperando em meu íntimo, fato que já me ocorreu diversas vezes com outras piscinas, de condomínios, de clubes, ou até com piscinas vendidas em estrada, daquelas de acrílico que ficam suspensas e iluminadas. A piscina foi a invenção humana que mais se aproximou da natureza, seguida pelo acelerador de partículas.

Lembrando que o melhor formato para uma piscina que se preze é o retangular. Nadar em uma piscina redonda não é a mesma coisa.

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sábado, 13 de setembro de 2008

O Aralú da família Miotto

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Houve um belo sítio chamado Aralú, desfrutado por esquilos, lagartos, pássaros e descendentes dos italianos vermelhos. Resultado: muitos macarrões à bolonhesa foram degustados após o soar de um sino. Muitas mamangabas sobrevoaram o recinto, entre duas casas, e observaram todo aquele círculo de relações gerido por três famílias que tiveram seu destino cruzado pelo acaso de dois T's. Em seus últimos anos de vida, Aralú agonizou e manteve brinquedos velhos em uma caixa, na esperança de que uma próxima geração viesse. Mas não veio. As pastas de dente em cada um dos banheiros extrapolaram a validade e as amoras não tiveram sua devida colheita. As mexericas mais azedas e suculentas ficaram pros tico-ticos. Os cães raquíticos pararam de visitar as proximidades da cozinha, os anfíbios nem se arriscavam a mergulhar à noite em uma piscina verde, abandonada. Os primos deixaram de ver as camisetas sujas um do outro, a casca do pé ficou menos grossa e os bons tempos ficaram pra trás. Restaram então as lembranças, incólumes, as melhores da vida deste que vos escreve.

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terça-feira, 9 de setembro de 2008

Cigarras: vou abrir uma banca de jornal

Chegou a época das cigarras. Estabanadas e cegas, batem nas janelas dos edifícios depois de se esbaldarem em cantos reprodutores. Não gosto das cigarras. Se eu fosse um vertebrado irracional, certamente me alimentaria de cigarras e convenceria toda minha espécie a exterminá-la. Vejam os grilos, por exemplo: são discretos. Você não vê grilos por aí batendo em janelas e capotando no chão. E toda essa história só me instiga a pensar em uma fixação: preciso abrir uma banca de jornal. Os tempos de setembro sempre trazem à tona esse meu desejo infantil e hei de realizá-lo assim que completar 60 anos, em 2045, quando as cigarras não mais existirem por conta de severos desequilíbrios ecológicos.

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segunda-feira, 11 de agosto de 2008

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sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sempre tive o defeito de não zelar pelos meus moletons. Este defeito, todavia, é compensado pelo cuidado com minhas camisetas. Mas esta qualidade é anulada pela minha falta de caráter ao não devolver camisetas emprestadas, fato que deve ser amenizado pela sinceridade ao admitir tais furtos, o que obviamente não camufla toda minha falta de sensibilidade com a música celta. Mas é importante frisar que já procurei saber sobre o povo celta em uma noite lancinante e fiquei até entendido, resultando na curiosa constatação de que não gosto dos celtas, inclusive os descendentes que já nem escutam a música de seus antepassados celtas, com toda razão.

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domingo, 6 de julho de 2008

Juma Marruá

As novelas de hoje em dia não prestam. A última novela que assisti inteira foi "Corpo Dourado", que tinha o senhor Fábio Jr. como um fotógrafo misterioso de nome Billy, uma incrível atração supimpa. Anos depois o rei Silvio Santos resolve reprisar o maior clássico das novelas de todos os tempos: Pantanal, de 1990. No capítulo de quinta-feira passada, em um intervalo de menos de 20 minutos, eu vi: tentativa de estupro, mulher virando onça, orelha arrancada, Sérgio Reis, seios de Cristiana Oliveira, tuiuius, enfim, UMA NOVELA DE VERDADE. Que novela me proporciona tudo isso? Senor Abravanel e o seu SBT nunca irão falir, podem escrever.

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terça-feira, 3 de junho de 2008

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quinta-feira, 8 de maio de 2008

Suínos e aves

Eu já trabalhei em uma editora. Lá eles mantinham um site e uma revista de suínos e aves. Foi um período em que obtive vasto conhecimento sobre suínos e aves. Quer saber de suínos e aves? É só me perguntar. Além de algumas cotações, como a do ovo e a do frango, guardo comigo boas lembranças dessa época. Uma delas tem relação com o comentário de uma colega de trabalho. Ela fixou bem aquele seu olhar de jornalista de suínos e aves no meu olhar de jornalista de suínos e aves, e disse pausadamente:

-Rodrigo, sua capacidade de dispersão é impressionante. Nunca vi uma pessoa se distrair tão facilmente como você.

Foi tocante e até hoje me lembro de sempre colocar essa qualidade no meu currículo, em negrito, antes de mandar para grandes empresas que analisam criteriosamente o perfil dos candidatos.

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terça-feira, 22 de abril de 2008

Lingüiça de acento

Não gostei da reforma na Língua Portuguesa. Não gostei de uma mudança em especial, relacionada ao acento agudo. Eis o trecho:

" Não se usará mais para diferenciar:
1. "pára" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição)"

E se eu quiser escrever um conto no qual uma mulher se encontra com vontade de urinar, pedindo então ao seu marido que pare o veículo? De acordo com essa regra estapafúrdia, seria assim:

- Carlos Victor, para para eu fazer xixi.

O pára, com acento, é muito mais charmoso e imponente. Péssima mudança.

O que fizeram com a trema então, nem se fala. Atrocidade.

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quinta-feira, 3 de abril de 2008

A exatidão

O mais interessante em fazer um curso de exatas sem gostar de exatas é justamente esse aspecto: a luta contra minha natureza. É como se eu tivesse que atravessar um rio de bosta, repleto de difteria, hepatite e tétano, ou seja, professores sem coração, logaritmos que tendem ao infinito, funções que invertem as funções do meu organismo. Sinto o gostinho do cocô nas minhas papilas exaltadas e sedentas, horrorizadas e desgostosas.

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segunda-feira, 3 de março de 2008

As padarias de hoje em dia

São extremamente deselegantes as padarias de hoje em dia. Os pães estão cada vez menores, parecem bisnaguinhas, tornou-se tarefa árdua fazer caber toda a fauna que eu costumo colocar de recheio no pão. Sem contar o ketchup vendido a preço de olhos da cara. De hoje em diante não frequento mais padarias e estou irredutível.

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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Domingo, 16:00

Nunca na minha vida eu deixei de gritar GOL depois de um gol do CURÍNTHIA. Nem quando outra vez tinha um monte de comida na boca, nem quando tirei os sisos, ou quando tinha uma mordaça na boca, nos tempos da ditadura militar.

Nunca.

Mas nesse domingo eu não poderei gritar.

Ponte Preta e Corinthians, aqui em Campinas, ingressos para os corintianos esgotados. Fui obrigado a comprar para arquibancada da Ponte Preta. Experiência abominável.

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Prefiro cavalos

É uma festa de carro esse Brasilzão. Todo mundo sabe de carro, todo mundo fala de carro, todos sabem o que é um catalisador. Um homem que não sabe o que é um catalisador certamente será desmoralizado, tendo sua masculinidade colocada no microondas. Eu não aprecio essas máquinas, nunca bati o carro e creio ser o essencial dirigir com prudência de modo a não transformar nenhuma pessoa querida em estatística. A carnificina nas estradas está aberta, e as concessionárias estão abertas, até nos feriados, com seus vendedores pilantras acrescendo 1000 reais se o pára-choque for na cor do carro.

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Nômades húngaros

Mudei de casa. Um nômade húngaro invejaria o tanto de moradas que tive nos últimos 12 anos. E eu invejo um nômade húngaro, que no fundo gosta de mudar, enquanto eu apenas finjo que gosto. Um nômade húngaro leva cães sujos e leais consigo, enquanto eu só tenho um de pelúcia limpo em posição promíscua. Deve comer comida estragada esse húngaro, mas gostosa.

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Gatos - Terceira Parte

Os gatos tem uma incrível capacidade de pular. Gatos são bichos que me surpreendem a cada dia. Conheço um de 16 anos que mostra do que um gato é capaz: dorme o dia inteiro e não faz nada. E é feliz, já viveu seus 16 anos, tempo longo para um gato. Outro dia, segundo relatos, ele se aproximou de um cão em passos lentos, desferiu um leve tapa na cara do cão, expulsando o animal de seu lugar, sem cerimônia. Neste planeta borrifado de água salgada, onde todos se desesperam quando pensam na morte, os gatos dominam tudo com tranquilidade e placidez, cagando em suas caixinhas de areia e enterrando a bosta.

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sábado, 5 de janeiro de 2008

Não gosto quando vira o ano, principalmente quando vai de um ano ímpar para um ano par. Não sei se vocês estão a par disso, mas ano ímpar é sempre melhor. Idade ímpar é muito melhor que par. E com a virada desse ano, minha idade foi pra ímpar, já que meu aniversário é na véspera do reveillón. Meu aniversário é numa data par, porém ímpar de tão peculiar. Minha cabeça então entrou num dilema de sorte, ontem mesmo tive uma convulsão por causa disso.

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Primeiras horas de 2008

Comecei vomitando nas primeiras horas de 2008.

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Dois mil e oito

Algo muito importante acontecerá em 2008. A humanidade talvez não suporte essa coisa muito importante. Todos ficarão estupefatos, suicídios ocorrerão por conta dessa coisa muito importante.

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Corinthians

A lágrima derramada de tristeza vai ser compensada com muitas de euforia, em 2010, no ano do centenário. Só fiquei mais doente por esse time com toda essa merda.

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segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Bom mesmo é PROSA

Salvando uma ou outra, eu não gosto de poesia. A maioria dos poetas são inoportunos, principalmente os atuais. O mínimo que um poeta deve fazer é não dar entrevistas na TV. Mas vários dão e lá vamos nós ouvir coisas como "algumas poesias saem de mim com muita facilidade, como se já estivessem prontas dentro de mim e outras só saem com muito esforço, como se elas batalhassem comigo, como se eu estivesse parindo um filho". Foi algo assim que eu ouvi sábado agora, numa entrevista de um poeta que, após concedê-la, ainda declamou sua original poesia concreta sobre a cidade de São Paulo na Avenida Paulista, com uma cara de depressão pós-parto.

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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Ré, sol, si, ré

Muitos dizem que o som do cavaco é irritante, mas ontem, no mercado municipal de uma cidade do sul de Minas Gerais, tive a gratificante experiência de ouvir um samba antes do homem do cavaco chegar e depois de o homem do cavaco chegar. Note, um samba não é um samba sem cavaco, este lindo instrumento português.

Pra dizer que toco cavaquinho de verdade, claro que precisaria aprender a fazer os solos que os bons tocadores de cavaco fazem, mas isso será resolvido até 2010. Em 2014 já estarei pronto pra tocar junto com o demônio da garoa Roberto Barbosa, na abertura da Copa do Brasil- se ele estiver vivo.

Em 2015 vou comprar um Ukulele e mudar de ramo, por conta do fracasso com o cavaquinho.

Em 2016 vou investir no ramo de ultraleves.

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segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Pagode bonito esse

Venho desenvolvendo um projeto muito importante: um grupo de pagode. Estou ciente do preconceito que muitos deixam transparecer, sem disfarçar, contra esse tipo de música. Mas não me importa. O que importa é que os shows têm dado um dinheirinho (inho) e, além disso, alegram os domingos mórbidos e de tédio torrencial. E eu sei bem que muita gente culta de all star sabe cantar de cor músicas do Só pra Contrariar e do Raça Negra. Faz parte da criação do cidadão brasileiro, que teve canções bregas como fundo musical de sua existência trôpega, movida à feijão carioca.

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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Uma boa entrevista

Se eu fosse responsável pelo setor de R.H. de uma empresa, aplicaria os seguintes testes nos candidatos às vagas:
  • Descasque uma laranja.
  • Cante "My Way", do Frank Sinatra, em dó sustenido (C#).
  • Diga por que quer trabalhar nessa empresa sem usar em sua resposta as palavras "satisfação", "oportunidade", "sucesso", "carreira", "interesse" e "profissional".
  • Responda a seguinte pergunta: Você olha sua bosta após o ato da defecação? Se você olha, só olha ou analisa?
O primeiro teste mediria a coordenação motora do candidato, e sua capacidade de usar uma faca em situações de pressão
O segundo teste mediria a capacidade do candidato de cantar músicas em dó sustenido.
O terceiro teste evitaria a contratação de um candidato ridículo, piegas e bundão, do tipo que mama nas tetas da empresa para engordar o currículo.
O quarto teste, no qual consta uma pergunta crucial, analisaria a capacidade do candidato de reconhecer quem ele é, o que ele produz, e as dimensões do que ele produz, consciência muito rara de se encontrar na mente despreocupada dos empregados das grandes empresas de hoje em dia.

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domingo, 9 de setembro de 2007

Josino, o Vovô do Gatinho

- Parei de bebê, graças a Deus, faz uns 30 ano já. Cheguei prum hôme um dia e perguntei o que era bom tomá pra pará de bebê, e ele disse pra eu tomá vergonha na cara. Depois disso nunca mais bebi, nunca mais.

Frase de meu peculiar avô que faleceu nesta terça, enquanto dormia. Mineiro, sujeito simples, direto, oito ou oitenta, hipocondríaco, fã de televisão e vaidoso com suas camisas. Ele me dava tubaína quando eu era pequeno nas visitas dominicais. E tinha um gato que fez com que eu o chamasse até os presentes dias de Vovô do Gatinho. Grande homem.

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quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Gosto das azedas

Foi na noite de hoje, dia 8 de agosto de 2007, que aprendi a descascar uma laranja. Se bem que agora já descasco com uma espantosa velocidade. O atraso na aprendizagem se deveu à preguiça incontrolável que tomou conta de meu ser durante todos esses anos na hora de descascar esta nobre fruta, fazendo com que eu sempre pedisse a uma pessoa próxima o favor de realizar essa função pra mim. Tardou mas, com ajuda de minha mãe, isso teve fim. Percebi que não poderia ser uma pessoa completa sem saber descascar uma laranja. O profissional de hoje em dia, além de saber fazer planilhas no Excel, sabe descascar laranja. Crianças aprendem a descascar laranja antes de aprenderem a andar de bicicleta. Minha próxima meta é aprender a não engolir água no nado costas. Por hora, aí vai um esquema resumido de como descascar uma laranja:


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segunda-feira, 23 de julho de 2007

Tênis com amortecimento

O ser humano não merece amortecedor em seu calçado. Amortecedor é um luxo desnecessário, além de ser feio e exagerado. Acredito nessa idéia desde os 11 anos, quando tive meu último tênis com amortecedor. Desde essa idade ignoro todos os tênis com amortecedor das lojas de tênis. Mas o destino resolveu castigar meus princípios e me pregou um empecilho ortopédico: uma tendinite no meu tendão-de-aquiles. Fui então a um ortopedista. É impressionante como os ortopedistas têm cara de sacana, todos devem fumar charuto e ter piscina em formato de fêmur. A consulta durou menos de 1 minuto, ele mal olhou na minha cara e, olhando de soslaio, disse que eu tinha que usar tênis com amortecedor e fazer fisioterapia que me recusarei a fazer. Comprar um tênis com amortecedor foi muito difícil pra mim. Comprei rápido pra não ser tão traumático, provei o único que era inteiro marrom, paguei logo e fui embora logo. Ao longo desses últimos 10 anos meus pés se acostumaram a serem sacrificados pelos tênis retos e estranharam tamanho conforto. É tanto conforto que chega a ser desconfortável. Meus pés parecem querer cuspir esse tênis novo. Ontem usei o tênis carcomido e sujo de sola reta pra matar a saudade e sentir o chão massageando a sola dos pés. Fiquei muito triste quando descalcei. Guardei ele num cantinho escuro e fechei o armário com o coração na mão.

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